GC Aberto

O TTIP: Unha visión moderna desde o País. Por Daniel Lago

Existe uma olhada crítica com todo o que venha dos Estados Unidos desde a velha garda da ultra-esquerda europeia, a sua negativa ao TTIP, desde estas posturas já tem muito destes velhos receios. A isto, soma-se uma velha máxima “Contra a Europa, contra o Capital”.

Por ENGALIZA | GC ABERTO | 07/05/2016

Comparte esta noticia

O TTIP, desde a direita europeia mais racista e ultraconservadora, também é olhado com enorme rechaço, e também, desde estas imposturas vai-se incluir uma mensagem antieuropeia na sua negativa ao espaço de livre comercio. Também há um novo chamado anti-imigração e um forte apelo ao populismo .Se bem, este olhar, deriva mais de uma visão do mundo separado por dogmas, que de um olhar à realidade. A dia de hoje, um dos mais emblemáticos símbolos do “espírito americano”, como poderiam ser os carros da famosa Jeep, são propriedade de uma empresa que era de matriz italiana, agora é o grupo Fiat-Chrysler, com sede legal nos Países Baixos, sede fiscal em Londres e que cotiza nas bolsas de Nova Iorque e de Milão. As grandes corporações internacionais e as grandes patentes industriais já não estão unicamente feitas nos EE.UU.

A dia de hoje, desde ambos lados do Atlântico, grandes conglomerados de empresas influem nas nossas vidas e grande parte dos produtos rematados procedem de juntar peças feitas em qualquer parte do mundo por multidão de empresas. Para além de esta realidade, que todos podemos olhar facilmente nos rótulos das cidades e nas lojas dos centros comerciais, e da que poderíamos tirar conclusões rapidamente, existe também, um outro ordem de relações entre a UE e os EEUU, que temos também que analisar e por acima da mesa. O mundo não caiu na “mc'donalização” que muitos tinham prevenido nos fins de '80s do século XX. Existe um nível de relações que está vinculado com a internacionalização das pemes e do tecido de pequenas iniciativas empresariais que trabalham aos dois lados do oceano. Só um dado, que se calhar, é desconhecido para muitos, a dados de 2014, 776 empresas galegas são exportadoras aos EEUU. Por sorte ou por desgraça, na Galiza não temos 776 empresas que podíamos dar em chamar grandes corporações internacionais. Estas são as pemes do país, empresas, por exemplo, do sector do naval, que internacionalizam os seus serviços e executam suporte técnico a ambas beiras do Atlântico. O “know-how” galego, traspassa fronteiras e chega a muitos cantos do mundo, um deles é aos EE.UU. Noutro sector ponteiro, como o agro-alimentar, Galiza tem muito que aportar. Uma aposta na qualidade dos produtos e numa economia sustentável; onde desde conserveiras, até viticultores, passando por produtores lácteos ou do cultivo de kiwi; situam para já nos mercados estadounidenses os nossos produtos. É uma hipótese plausível pois, que junto com Portugal, temos estrategicamente uma situação única para empreender aventuras e parceiras comerciais com “partners” de ambas margens do Atlântico.

O movimento principal da nossa estratégia de país tem que estar em virar muito mais cara o mar a nossa cenografia no mundo e aproveitartudo o atlanticismo que nos pode unir tanto com Portugal, como com os Estados Unidos. Estratégia de pais, que temos que combinar com uma visão da euro-região Galiza-Norte de Portugal, como um todo, onde devemos partilhar infraestruturas e tecnologías fundamentais e apresentar os mais dos projectos conjuntamente, como um espazo socio-económico único e chegar de este modo a uma grande projecção no mundo; Portugal é uma oportunidade para a Galiza.

É uma oportunidade para a Galiza a abertura de uma rota comercial transatlântica. Uma oportunidade, ante um trânsito marítimo mercantil muito mais activo, o que com certeza, podemos derivar da criação de um espaço de comercio livre de alfândegas entre a UE e os EEUU. Um espaço que devemos complementar com plataformas logísticas e com a conversão de algum dos 4 aeroportos actuais do eixo Porto-A Corunha, que pela sua posição central na euro-região tem que ser o de Vigo-Peinador, num aeroporto especializado no trânsito de mercancias. Ao tempo, os portos marítimos, cabeceiras destas rotas comerciais, seriam entrada e saída para muitas das mercancias, que via terrestre, preferentemente a través dos caminhos-de-ferro, poderiam ir e vir dos centros produtores e consumidores da Europa. Ao TTIP, até o de agora, saiuram-lhe muitos argumentarios na contra. É negado por uma parte da sociedade, em base aos seus efeitos negativos sobre das condições sociais e laborais segundo a norma standard europeia. É negado também em base a uma suposta degradação da normativa europeia em temas de segurança alimentar ou medio ambiental. Sobre do TTIP recai também acusações de falta de democracia na sua elaboração e inclusive sobre da sua aprovação. Todas estas críticas, em maior ou menor medida, têm a ver realmente com posturas dogmáticas, que enfrentam directamente, não unicamente a criação de um espaço de livre comercio entre os EEUU e a UE, também à mesma UE e o seu processo de construção, partindo desde posturas de eurocepticismo, tanto desde as esquerdas, como das direitas. O acordo, no final, tem que ser aprobado tanto no Parlamento Europeu, como nas diversas assambleias legislativas dos estados membros, isto de uma banda. De outra banda, os standards de legislação medio ambiental ou laboral, tanto europeus, como estadounidenses; sempre são maiores de momento, aos standards que tem a China, ou outros estados, competidores pelo comercio mundial e que representam a outra alternativa para as sociedades ante o TTIP. 

* Daniel Lago é membro da Executiva en Vigo de Compromiso por Galicia e tamén do seu CPN

Comparte esta noticia
¿Gústache esta noticia?
Colabora para que sexan moitas máis activando GCplus
Que é GC plus? Achegas    icona Paypal icona VISA
Comenta