A guerra civil entre a pequena burguesia "podemita" nom é a nossa guerra

Afirmava numha reflexom publicada a finais de dezembro que o confronto entre os dous principais bandos da nova social-democracia populista eram "punhaladas internas polo poder".

Por Carlos Morais | Compostela | 07/02/2017

Comparte esta noticia
Mas à medida que se aproxima o congresso que denominam "Vista Alegre 2" afasta-se exponencialmente a pacificaçom interna do partido morado. Das punhaladas passárom aos disparos sem contemplaçons.
 
A desputa por Iñigo Errejón do liderato que até agora sustentava Pablo Iglesias atinge situaçons cómicas, próprias da imadurez política e pessoal de indivíduos aos que umha excepcional necessidade conjuntural do regime facilitou ocupar um protagonismo político no show da ditadura burguesa do postfranquismo.
 
Salvo em matizes secundários nom existem diferenças políticas e ainda menos ideológicas entre as duas fraçons que a cara de cam disputam o poder orgánico.
 
O espetáculo televisivo em curso facilita que afortunadamente se desmoronem boa parte das falaces expetativas com as que a "nova política" leva um par de anos enganando setores importantes da classe operária decepcionada com as claudicaçons do velho reformismo, fascinada pola retórica atrativa de mudá-lo todo com luvas de seda.
 
Mas à medida que a oligarquia espanhola foi recuperando a iniciativa frente o truncado ciclo de luitas contra a multicrise sistémica que questiona a sua estabilidade, forças instrumentais como Podemos perdem valor.
 
O sucesso inicial nas urnas provocou que no laboratório académico da casta da Complutense se traçassem objetivos excessivamente ambiciosos, que a realidade constatou serem inviáveis de atingir. Da frustraçom por nom chegarem à Moncloa nem em dezembro de 2015 nem em junho de 2016 deriva-se a eclosom dumha convulsom interna que impossibilita que Podemos poda aproveitar a profunda crise interna do PSOE para seguir alargando a ocupaçom do seu espaço eleitoral.
 
É umha interpretaçom simplista atribuir a Pablo Iglesias estar à “esquerda” de Errejón, nem a este estar situado à direita do "coletas". Como qualificar de “anticapitalistas” à corrente trotskista que age como terceira via. Basta com observar a composiçom das equipas que os acompanham nas listas em confrontaçom para confirmar o erróneo dessas teses.
 
Deste capítulo a classe operária galega deve extrair leiçons que a história da luita de classes a escala nacional e internacional já nos tinha previamente ensinado. 
 
Nom existem receitas fáceis nem atalhos no combate contra o capitalismo e em prol do socialismo/comunismo. Nom podemos confiar nos projetos políticos promovidos pola pequena-burguesia, nem nos de ámbito nacional nem tampouco nos que representam o chauvinismo espanhol. Os processos de mudança política som coletivos, com lideratos fraguados nas entranhas da luita. A transformaçom social nom deriva de caudilhismos de proveta e de direçons conformadas polos filhos da gauche divine. O proletariado e o conjunto do povo trabalhador deve dotar-se do seu próprio partido operário, articular o bloco histórico sobre umha açom teórico-prática de confrontaçom com a burguesia, visado para movimentar e organizar forças para subverter o presente que nos permita optar à conquista do futuro. 
Continuar a pensar que o sistema capitalista é reformável desde o seu seio e confiar na via eleitoral como o instrumento para superar a ofensiva neoliberal e as políticas de austeridade, cortes e retrocessos em direitos laborais e liberdades, só nos assegura continuar instalados na resignaçom paralisante e no idealismo inofensivo de palavrório oco. Nom nos deixemos distrair com preocupaçons, reivindicaçons e causas subsidiárias. 
 
Até que um segmento destacado da nossa classe opte por configurar a linha operária, o programa operário, a política operária e o combate operário seguiremos assim. Mas @s comunistas nom nos resignamos, a perserverança é umha das nossas melhores armas.

Comparte esta noticia
¿Gústache esta noticia?
Colabora para que sexan moitas máis activando GCplus
Que é GC plus? Achegas    icona Paypal icona VISA
¿Gústache esta noticia?
Colabora para que sexan moitas máis activando GCplus
Que é GC plus? Achegas    icona Paypal icona VISA
Carlos Morais Carlos Morais nasceu em Mugueimes, Moinhos, na Baixa Límia, a 12 de maio de 1966. Licenciado e com estudos de doutoramento em Arte, Geografia e História pola Universidade de Compostela, tem publicado diversos trabalhos e ensaios de história, entre os quais destacamos A luita dos pisos, Ediciós do Castro, 1996; Crónica de Fonseca, Laiovento, 1996, assim como dúzias de artigos no Abrente, A Peneira, A Nosa Terra, Voz Própria, Política Operária, Insurreiçom, Tintimám, e em publicaçons digitais como Diário Liberdade, Galicia Confidencial, Sermos Galiza, Praza Pública, Odiário.info, Resistir.info, La Haine, Rebelion, Kaosenlared, Boltxe ou a Rosa Blindada, da que fai parte do Conselho assesor. Também tem publicado ensaios políticos em diversos livros coletivos: Para umha Galiza independente, Abrente Editora 2000; De Cabul a Bagdad. A guerra infinita, Dinossauro, 2003; 10 anos de imprensa comunista galega, Abrente Editora 2005; A Galiza do século XXI. Ensaios para a Revoluçom Galega, Abrente Editora 2007; Galiza em tinta vermelha, Abrente Editora 2008; Disparos vermelhos, Abrente Editora 2012. Foi secretário-geral de Primeira Linha entre dezembro de 1998 e novembro de 2014. É membro do Comité Executivo da Presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB). Fundador de NÓS-Unidade Popular em junho de 2001, formou parte da sua direçom até a dissoluçom em maio de 2015. Na atualidade, fai parte da Direçom Nacional de Agora Galiza e do Comité Central de Primeira Linha.