2011, Ano Internacional das Florestas

Segundo dados do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mundo e, ainda, garantindo, de forma direta, a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre.

Por Adela Figueroa | Santiago | 16/01/2011

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Em pé, as florestas são capazes de movimentar cerca de $ 327 bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo.

Para sensibilizar a sociedade para a importância da preservação das florestas para a garantia da vida no planeta, a ONU – Organização das Nações Unidas declarou que 2011 será, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas.

A ideia é promover durante os próximos 12 meses ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando a todos que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta. Entre eles:
– a perda da biodiversidade;
– o agravamento das mudanças climáticas;
– o incentivo a atividades econômicas ilegais, como a caça de animais;
– o estímulo a assentamentos clandestinos e
– a ameaça à própria vida humana. (PNUMA)

Desde ADEGA incorporamo-nos a esta iniciativa das Nações Unidas por partilhar com ela os nossos objetivos ambientais. Para os /as Galegas, as florestas são parte indissociável do nosso ambiente. Infelizmente estes estão muito degradados, na atualidade, por falta de uma política florestal racional e sustentável que ampare as massas de floresta autóctone, como carvalhos, castanheiros, nogueiras, etc face à maciça plantação com espécies de crescimento rápido e de características perigosas para a sustentabilidade dos ecossistemas florestais, como eucaliptos, pinheiros etc. Espécies que favorecem os incêndios florestais pela sua alta combustibilidade e que mudam as características eco-dinámicas das florestas.Também pedreiras sem qualquer cuidados ambientais destroem impunemente os nossos montes e ninguém lhes obriga a restaurar a desfeita do ambiente depois de abandonadas( veja o desastre do Courel como exemplo) Parques eólicos instalados sobre espaços a proteger como no Xistral ou no Suido cobrem as nossas montanhas mas assinaladas sem nenhum benefício para o ambiente nem a população da zona.

 Compre atirarmos um apelo de atenção para as nossas florestas e em particular para o Monte Galego por considerar que a atual administração está iniciando atuações que podem por em grave risco de sobrevivência os Montes Vizinhais de mão comum, levados duma agressiva  política privatizadora. A substituição das UXFOR  que visava uma exploração integral do monte ( Unidades de Gestão florestal) do anterior governo ( BNG/PSOE)pelas novas Sociedades de aproveitamento Florestal que favorecem a introdução de capital privado e vêem o Monte apenas como floresta e não na sua complexa realidade ecológica, pode representar um grave risco para o futuro desta figura peculiar galega.

Os Montes Vizinhais são os únicos latifúndios galegos, que permitem uma exploração racional de todas as suas possibilidades ambientais,e que apresentam a genialidade de não ser  de um único proprietário. Mas pelo contrário, são do “comum dos vizinhos”.

No ano 2004 foi reconhecida a sua peculiaridade pelo Parlamento Espanhol: "Os montes vizinhais em mão comum têm uma natureza especial por ser uma propriedade comum que está limitada pelos conceitos de inembargabilidade, imprescritibilidade, inalienabilidade e indivisibilidade”.

Defender os Montes é defender o Território Galego, junto com as características culturais a eles associados.

A superfície florestal atual da Galiza é de 2 milhões de hectares( aproximadamente) das que , apenas 29% está em condições de aportar matéria prima para a indústria. Ainda assim, a indústria transformadora galega é líder a nível estatal e dela dependem uns 22.700 postos de trabalho diretos . Apesar disto a administração galega não tem investido nem 60% do previsto desde o Plano Florestal Galego aprovado em 1992, com o que acumula uma dívida para o monte de 600 milhões de euros no ano 2010.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) tem declarado já em 2010 a importância das florestas no desenvolvimento sustentável e a necessidade de que a sociedade em seu conjunto se involucre no seu cuidado. Pois  “as florestas contribuem a mitigar não só os efeitos da mudança climática, mas  também ajudam à economia, sanidade, educação e outros âmbitos conducentes ao desenvolvimento sustentável” ( FAO).
ADEGA tem apresentado, a primeira Iniciativa Legislativa Popular no Parlamento da Galiza,em defesa do Monte Galego que, governando na altura o Partido Popular com Fraga de Presidente da Xunta, não alcançou a sua ratificação.

Mas não vamos desistir em continuar na defesa do nosso monte e dos bens a ele associados em termos de biodiversidade e pela sua capacidade de gerar riqueza e sustentabilidade.

Façamos os melhores votos para este 2011 ano das Florestas para que as nossas sejam respeitadas, melhoradas e aproveitadas de modo racional democrático e sustentável

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Adela Figueroa Adela Figueroa Panisse, naceu en Lugo, e viviu en Pontevedra, onde desenvolveu a maior parte do seu labor profisional. De estudante participa como vogal da Asociación Cultural O Galo( Santiago de Compostela) e mais adiante como profesora de Instituto ( é catedrática de Bioloxia e Xeoloxia) nos Movimentos de Renovación Pedagógica desde o seu inicio.Participou no 1º congreso de Movimentos de Renovación Pedagáxica de Barcelona representando á AS-PGP ás Xornadas do Ensino e a Revista O Ensino.Como representante desta última participou no Encontro da Unificaçao Ortográfica (Rio de Janeiro )convidada pola Academía de Ciências e Letras do Brasil. Foi cofundadora da ASPG, e da Revista do Ensino, da que foi Directora.Tamén participou na fundación de ADEGA. Foi colaboradora científica do Semanario A Nosa Terra durante os primeiros anos da sua andaina. Foi membro da ISSOL (Asociación internacional para a investigación da orixe da vida)e da Asociacion Española de Biotecnologia.Traballou na Universidade do Minho e no Instituto da Educaçao.Foi colaboradora do Colexio Oficial de Biólogos de Galiza e da Asociación de Ensinantes en Ciencias de Galiza( ENCIGA). Ten traballado para UNICEF no departamento de Educación para o Desenvolvimento. O Medio Ambiente e o ensino centran o seu traballo, participando activamente na normalización lingüística e cultural de Galiza,asi como o devir cultural de aquén e alem Minho. É master en Educación Ambiental pola UNED-Fundación Universidad Empresa Participou activamente na Plataforma Nunca Máis de Lugo e en ADEGA.Foi Presidenta de ADEGA entre o 2005 e 2010. Continua a traballar nesta organización como vogal . Ten publicado dous libros de poesia : “Vento de Amor ao Mar” 2005 , e “Xanela Aberta” 2008 na Editorial O Castro. Colabora coa Revista de Poesia do Concello de Lugo Xistral .