Por Galicia Confidencial | SANTIAGO DE COMPOSTELA | 24/01/2021 | Actualizada ás 10:00
As novas xeracións veñen pisando forte no eido da literatura galega. Nee Barros é un creador polifacético. Ben sexa a través da palabra, da música ou do audiovisual, a súa maior teima é a de expresarse e comunicarse ao mundo. Conta que foxe das clasificacións e que vai deixando que as súas creacións collan forma de maneira libre. Así é, de feito, como naceu o seu primeiro libro autoeditado, '19 poemas para um VÍRUS-19', que esgotou os cen exemplares iniciais en moi poucos días e xa vai pola segunda remesa. Un proxecto que se trata, di, dun "algo". "Nom é um poemário, por isso está escrito no jeito duma obra de teatro, e ao mesmo tempo nom é uma obra de teatro, por isso está escrito no jeito dum poemário". A Nee podemos atopalo na súa canle de YouTube, onde comparte dende explicacións de literatura para Bacharelato ata recomendacións de libros; e na súa propia páxina web, na que podemos acceder a información e compra do libro. Falamos con el.
Que nos habemos atopar en '19 poemas para um VÍRUS-19'?
Se fazemos caso do título, 19 poemas. Mas penso (ou polo menos, tentei) que nom fossem só isso. Som 19 queixas, 19 reflexons... Um anaquinho de mim, dum eu que quere viver sem pôr classificaçons que o limitem. E também dum eu farto da pandemia, das injustiças, de mim mesmo... Sempre gosto de resumir isto como um experimento em que me queixo. Tento ser livre e ajudar outres a sê-lo.
É un libro en linguaxe non binaria e sen clasificacións. Que significan para ti as clasificacións? Cres que nos serven ou nos limitan?
O ser humano classifica a realidade para entendê-la. Quando pomos nome às cousas, estamos a classificá-las. Porém, penso que devemos decatar-nos de que estas classificaçons som algo inventado, as fronteiras som fictícias e muitas vezes prejudiciais. Sem ir mais longe, a nossa sociedade ocidental pensa o gênero como dous moldes rígidos em que pretende encaixar a todo o mundo. Isto causa-nos problemas aes que vivemos nas margens e nos reivindicamos como dissidentes, aes que demostramos que a realidade é muito mais diversa. Decidim-me pola linguagem nom-binária para reivindicar esta dissidência, e também porque muita gente que se define fora do binário emprega pronomes neutros (em galego normalmente a forma “eli”, já que, ainda que o neutro acostume a fazer-se com o “-e”, “ele” é a forma masculina nalgumas zonas). Toda esta gente nom encontra representaçom na literatura galega atual, e isso que é mui necessário normalizarmos os seus pronomes.
Rachar fronteiras e desfacer límites sempre dá algo de vertixe, mais ti creas desde ese punto. Como chegas a el?
Ainda que de fora poda parecê-lo, nom dá tanta vertigem. Tenho assumido que a realidade é diversa, e que a minha realidade nom é algo classificável (nenguma realidade pode ser classificada a 100%). Se nos livramos desse preconceito do limite como algo natural, veremos que o realmente natural é nom termos fronteiras. Onde termina a cor que chamamos verde e começa a que chamamos amarela? Em que lugar exato acaba o mar e onde começa a terra? Eu comecei a juntar textos e criar outros novos sem pensar muito no jeito concreto, como fago sempre. Deixo que as minhas criaçons tomem a sua forma. Ao final saiu-me um algo, que “nom é um poemário, por isso está escrito no jeito duma obra de teatro”; e que ao mesmo tempo “nom é uma obra de teatro, por isso está escrito no jeito dum poemário”.
Como foi a experiencia de autoeditar este teu primeiro libro?
Decidim autoeditar porque em Arte Calavera me oferecêrom a possibilidade de publicar sendo menor de idade, e era um desejo que tinha desde pequeno. Elis som um selo discográfico, entom tivem que aprender a maquetar, fazer um desenho para a capa, revisar mui bem que textos incluía... todo pola minha conta. Até tivem que assumir os custos. Como queria lançá-lo antes do meu aniversário, tinha um tempo limite ajustado, mas com muito esforço e apoio saiu adiante. Tivem a sorte de contar com gente maravilhosa como o Jon Amil (encarregou-se da correçom linguística), ou como a minha nai (sempre dá uma primeira olhada ao que escrevo) ou mesmo como o Gonzalo Maceira (quem me propujo publicar em Arte Calavera).
Os primeiros 100 exemplares esgotáronse en só dúas semanas, e xa vas por outros
100... Agardabas tan boa acollida?
Para nada, e está a ser genial. A primeira tiragem fora de só 100 exemplares porque, como todo isto é autofinanciado, tivem que usar dinheiro que tinha aforrados de certames literários. Nom queria arriscar demasiado, por isso nom figem mais de 100. Mas já vejo que nom era risco nengum, e penso que tenho muita sorte. Na web 19poemas.gal, através da qual podem comprar-se estes 19 poemas para um VÍRUS-19, recibo vários pedidos semanalmente. Além disso, se sobes uma foto com o livro às redes usando o hashtag #19PoemasParaUmVÍRUS19, ganhas um videopoema e uma dedicatória digital exclusiva. Com esta iniciativa, estám a chegar-me imagens de gente que nem conhecia com o livro! É maravilhoso.
Andas a piques de presentar un novo libro con Galaxia, non é? Adiántasnos algo?
Vai-se chamar Identidade, e vai ser uma obra de teatro juvenil para visibilizar a realidade trans. Está escrita duma perspectiva um pouco mais normativa como jeito de levar a um público novo uma informaçom que eu, no seu momento, desejaria ter recebido. Além disso, figem-na em 2017 (com 14 anos), e com isto da COVID vamos ver quando podo apresentá-la. Os prazos em editoriais grandes som mais lentos, e o meu jeito de pensar e de escrever ao longo destes anos mudou um pouco; mas isso nom quita que continue orgulhoso dela.
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