Por ENGALIZA | GC ABERTO | 21/10/2016
Aparece, agora que começou a temporada de caça, e que o passar dos dias achega a invernia, de vez em vez, nalgum dos telejornais, alguma imagem ou algum vídeo de um urso; geralmente de curta idade; achegando-se ao caçador que aguarda trás dalgum penedo, ou atravessando, alguma estrada local do Courel ou dos Ancares e apanhado rapidamente a través do telemóvel.
O caso é que sabemos da sua existência, sabemos que passam o ano todo a viver como autênticos ursos; que é o que são; nesses montes altos e limados pelo vento e a chuva e a neve.
Lembra-me agora aquelas fotografias; montagens até onde eu podo entender; do Vladimir Putin montado acima de um urso, atravessando um rio e indo cara não se sabe onde. Pois certamente, nessas estamos. O velho urso, do velho império russo, decidiu despertar, e o senhor Putin decidiu ir com ele a conquistar novamente o mundo para a grande madre pátria.
Uma novidade que realmente não o é. A Rússia, como os ursos no monte, sempre estiveram lá. A hipótese era que não se tinha cruzado no nosso caminho. A velha teima de uma grande Rússia desde Lisboa a Vladivostok tem no Putin um grande defensor. O seu alento não desaparece, como o alento do urso na procura da sua presa. Neste plano começou na Chechenia, seguiu nas Ossetias e com o que seria, finalmente a “revolução laranja” e o afastamento da esfera da União Europeia e do mundo ocidental, da Ucrânia.
Líbia, Síria,.., todos conflitos com a conivência do grande urso do norte e onde a esfera russa de influencia é de cada vez maior sobre o grande “Oleductoquistão”. Uma maior influencia na base de uma diplomacia que podemos dar em chamar de alto voltagem. E nesta que aparecem claramente vinculações entre o Kremlin e a Torre Trump, que situam directamente ao Donald Trump como o candidato de Putin a ocupar a White House.
Nesta fugida cara adiante do senhor que vai montado sobre o lombo de um urso, temos que chega um novo despregue militar com armamento nuclear perto das fronteiras da Europa. A guerra híbrida, económica e de controle da propaganda já dá um passo mais para a frente. Com certeza, este inverno, o urso russo, não invernará, e isso que todo anuncia que será uma dura invernia, das de antes, quando a neve deitava o seu manto por toda Europa.
*Daniel Lago é membro do CPN de Compromiso por Galicia
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