Devemos escolher entre Obama/Hillary Clinton versus Donald Trump?

A campanha e resultado eleitoral das presidenciais nos Estados Unidos da América tem sido, e continua a ser, aproveitado pola maioria dos meios de comunicaçom da ditadura burguesa para apresentar o candidato vencedor como um perigo para os direitos e conquistas democráticas.

Por Carlos Morais | Compostela | 30/01/2017

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A grande falácia promovida polos meios e por boa parte da casta política espanhola consiste em apresentar a Trump como um ultrarreacionário frente a um Obama "progressista" e firme defensor dos direitos básicos da maioria social norteamericana e dos povos do mundo.
 
Sem lugar a dúvidas Donald Trump é um personagem sinistro só polo facto de ser presidente dos USA, potência imperialista responsável por boa parte dos males que padece a imensa maioria da populaçom mundial e um perigo para o futuro da humanidade.
 
Mas estes "méritos" som idênticos aos de Obama e resto dos 43 antecesores na Casa Branca.
 
O multimilionário ganhou as eleiçons a "Killary" Clinton, a candidata do establishment, frente a boa parte dos prognósticos e dos desejos da grande burguesia, da UE e das poderosas centrais de inteligência.
 
As elites dominantes ocidentais no ámbito social, económico e político apostárom sem ambages na candidata do Partido Democrata porque garantia a continuidade da política económica ianque. Trump aposta no protecionismo e tem anunciado que vai retirar os EUA de alguns dos principais tratados de livre comércio.
 
Claro que Trump é um repugnante rascista, xenófobo, machista, misógino, que vai tentar reproduzir com outro estilo a política militarista e imperialista congénita aos Estados Unidos.
 
Mas o rosto amável de Obama/Hillary,criado polos meios para suavizar e maquilhar a opiniom sobre o rol dos USA para maioria dos povos do mundo durante a fase inicial da crise estrutural do capitalismo, nom se corresponde com as suas verdadeiras políticas internas e externas.
 
O prémio nobel da paz Barack Obama todas as semanas decidia desde o gabinete oval quem matar mediante os drones da sua poderosa maquinária militar, assistindo ao vivo àlgumhas execuçons.
 
A senhora Clinton é responsável polo ataque a Jugoslávia, da destruiçom da Líbia, da guerra na Somália, no Iémen e na Síria, da continuidade da ocupaçom do Afeganistám, da situaçom do Iraque, do golpe de estado nazi na Ucránia. 
 
Quando foi informada do brutal assassinato de Muamar el Gadafi berrou sem o mais mínimo pudor "Viemos, vimos e matámos". O vídeo ainda circula na rede.
 
Hillary Clinton e Obama som os criadores do Daesh e da nova forma que adotou o terrorismo imperialista para derrocar governos soberanos que impossibilitam implementar os seus planos de saque e apropriaçom dos recursos energéticos e minerais dos que carece o centro capitalista.
 
Miss Clinton nom descartava um confronto nuclear com a Rússia na sua concorrência por manter a hegemonia mundo. Os seus e-mails divulgados por WikiLeaks constatam o seu delírio militarista.
 
As políticas "sociais" de Obama/Clinton som mais propaganda que realidade. Os dados estatísticos sobre a pobreza e miséria nos Estados Unidos som públicos; a violência policial contra a populaçom afro-americana nom diminuiu; as receitas "socialdemocratas" em matéria de sanidade pública e políticas sociais som simples papel molhado; o famoso muro que Trump afirma vai construir com o México já é umha realidade iniciada por Bush e continuada por Obama.
 
Mas o que resulta grotesto é constatar como setores da "esquerda" europeia, mundial e obviamente galega, adirem a esta moda: golpeiam Trump e defendem o duo Obama/Clinton.
 
As grandes manifestaçons em defesa dos direitos das mulheres que tivérom lugar há uns dias nalgumhas cidades dos EUA e as suas réplicas em outras urbes do planeta som aparentemente positivas, mas ficam em simples denuncia superficial porque nom questionam que as políticas patriarcalistas e machistas som consubstanciais ao capitalismo, imprescindíveis para o seu funcionamento e perpetuaçom.
 
Manifestaçons que no caso dos EUA fôrom parcialmente financiadas polo multimilionário George Soros mediante as dúzias de ONGs que controla.
 
Por puro mimetismo "progre" esta pseudoesquerda baila ao som que marcam os donos dos meios de [des]informaçom] na campanha de linchamento de Trump. 
 
Só lhes resta aderir à defesa do exemplar e enamorado marido Barcak Obama, carinhoso e atento com Michelle, frente a um Donald Trump grosseiro e bruto com Melánia. Agora pois tocaria aprofundar na campanha pola freedom da primeira dama.
 
A crise estrutural do capitalismo senil provoca situaçons como esta: do centro do sistema emergem movimentos contraditórios com os objetivos da sua perpetuaçom. Nom só o fenómeno populista representado por Trump, ai está o Brexit na Gram Bretanha, o nom do povo italiano no referendo de outubro contra a submissom à Comissom Europeia, o ascenso do neofascismo e fascismo, da inofensiva nova socialdemocracia populista ...
 
Nem Obama/Clinton nem Trump: só revoluçons socialistas dirigidas pola classe operária organizada em partidos comunistas revolucionários poderá evitar a extensom do atual caos sistémico que promove o capitalismo imperialista.

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Carlos Morais Carlos Morais nasceu em Mugueimes, Moinhos, na Baixa Límia, a 12 de maio de 1966. Licenciado e com estudos de doutoramento em Arte, Geografia e História pola Universidade de Compostela, tem publicado diversos trabalhos e ensaios de história, entre os quais destacamos A luita dos pisos, Ediciós do Castro, 1996; Crónica de Fonseca, Laiovento, 1996, assim como dúzias de artigos no Abrente, A Peneira, A Nosa Terra, Voz Própria, Política Operária, Insurreiçom, Tintimám, e em publicaçons digitais como Diário Liberdade, Galicia Confidencial, Sermos Galiza, Praza Pública, Odiário.info, Resistir.info, La Haine, Rebelion, Kaosenlared, Boltxe ou a Rosa Blindada, da que fai parte do Conselho assesor. Também tem publicado ensaios políticos em diversos livros coletivos: Para umha Galiza independente, Abrente Editora 2000; De Cabul a Bagdad. A guerra infinita, Dinossauro, 2003; 10 anos de imprensa comunista galega, Abrente Editora 2005; A Galiza do século XXI. Ensaios para a Revoluçom Galega, Abrente Editora 2007; Galiza em tinta vermelha, Abrente Editora 2008; Disparos vermelhos, Abrente Editora 2012. Foi secretário-geral de Primeira Linha entre dezembro de 1998 e novembro de 2014. É membro do Comité Executivo da Presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB). Fundador de NÓS-Unidade Popular em junho de 2001, formou parte da sua direçom até a dissoluçom em maio de 2015. Na atualidade, fai parte da Direçom Nacional de Agora Galiza e do Comité Central de Primeira Linha.