Vox, alarmismo, covardia e deliberado confusionismo

Boa parte dos meios de [des]informaçom sistémicos pretendem reduzir a Vox o inocultável incremento do fascismo a nível do Estado espanhol.

Por Carlos Morais | Compostela | 10/10/2018

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Porém, restringir a este partido o fenómeno de rearme político, ideológico, mediático, cultural e social do fascismo, é um deliberada decisom dos poderes fácticos do regime de 78, mui útil para ocultar a deriva reacionária na que está inserido.
 
O fascismo nom desapareceu com a morte de Franco, nem com os espúreos acordos da "Transiçom". Estivo durante décadas à expetativa, nom necessitava mostrar o seu rosto mais brutal, pois o postfranquismo estava relativamente cómodo com a implementaçom dos pactos atingidos na metade da década de setenta. 
 
Porém, a relativa desestabilizaçom política e institucional, derivada dos efeitos da crise do capitalismo crepuscular, e o conseguinte questionamento -mais superficial que real- do regime bourbónico, por amplos setores populares, unido o processo independentista catalám, provocou que saltassem as alarmes, facilitando a saída do armário do fascismo sem complexos.
 
Mas o fascismo está presente nos aparelhos de Estado, nas forças policiais e no exército que venceu na guerra de classes de 1936-39; goça de excelente saúde na judicatura e na imprensa sistémica, entre a igreja católica, em segmentos nada desprezíveis dos setores intermédios e das camadas populares; é hegemónico no PP e C´s, nas organizaçons policiais, nas entidades gremiais, nos "sindicatos" corporativos, nos grupos de hooligans de futebol.
 
De momento, este é realmente o fascismo perigoso. 
 
Vox por agora nom é excessivamente necessário para a oligarquia, pois perante a ausência de um movimento operário articulado e em ofensiva, perante a ausência de organizaçons revolucionárias com dimensom de massas e dotadas de umha estratégia insurrecional, o partido de Abascal nom é mui funcional para os monopólios e a grande burguesia.
 
Vox é útil para branquear os partidos de Pablo Casado e Albert Rivera, para tentar centrá-los no tabuleiro da partitocracia, maquilhando o seu componente claramente franquista.
 
Nom esqueçamos que o marxismo definiu corretamente o fascismo como a ditadura abertamente terrorísta dos elementos mais reacionários, mais chauvinistas, e mais imperialistas do capital.
 
Mas as forças da "esquerda" eleitoral seguem agindo com "normalidade democrática", instaladas no autismo e no confort da institucionalidade, incapaces de agir e redifinir as prioridades dos seus imediatistas cálculos demoscópicos. 
 
E a experiência histórica tem-nos ensinado umha leiçom que nunca devemos esquecer: o fascismo só se derrota e esmaga luitando com coragem e de frente.
 
Cumpre articular um bloco popular antifascista, mas nom para defender a ditadura do capital sob a forma de democracia liberal, e sim para vertebrar a alternativa socialista. 
 
O dilema nom é "democracia" versus fascismo, o dilema é revoluçom socialista versus fascismo.
 

O presidente de VOX, Santiago Abascal / www.flickr.com/photos/elentir/42286520162
O presidente de VOX, Santiago Abascal / www.flickr.com/photos/elentir/42286520162
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Carlos Morais Carlos Morais nasceu em Mugueimes, Moinhos, na Baixa Límia, a 12 de maio de 1966. Licenciado e com estudos de doutoramento em Arte, Geografia e História pola Universidade de Compostela, tem publicado diversos trabalhos e ensaios de história, entre os quais destacamos A luita dos pisos, Ediciós do Castro, 1996; Crónica de Fonseca, Laiovento, 1996, assim como dúzias de artigos no Abrente, A Peneira, A Nosa Terra, Voz Própria, Política Operária, Insurreiçom, Tintimám, e em publicaçons digitais como Diário Liberdade, Galicia Confidencial, Sermos Galiza, Praza Pública, Odiário.info, Resistir.info, La Haine, Rebelion, Kaosenlared, Boltxe ou a Rosa Blindada, da que fai parte do Conselho assesor. Também tem publicado ensaios políticos em diversos livros coletivos: Para umha Galiza independente, Abrente Editora 2000; De Cabul a Bagdad. A guerra infinita, Dinossauro, 2003; 10 anos de imprensa comunista galega, Abrente Editora 2005; A Galiza do século XXI. Ensaios para a Revoluçom Galega, Abrente Editora 2007; Galiza em tinta vermelha, Abrente Editora 2008; Disparos vermelhos, Abrente Editora 2012. Foi secretário-geral de Primeira Linha entre dezembro de 1998 e novembro de 2014. É membro do Comité Executivo da Presidência Coletiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB). Fundador de NÓS-Unidade Popular em junho de 2001, formou parte da sua direçom até a dissoluçom em maio de 2015. Na atualidade, fai parte da Direçom Nacional de Agora Galiza e do Comité Central de Primeira Linha.