Baltasar Garzón no banco dos réus e outros a olhar?

Temos nestes momentos um conjunto de factos alarmantes que, coincidindo no tempo, têm, em aparência, uma solução lógica.

Por Adela Figueroa | Vigo | 21/04/2011

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Mas, para quem tem lido romances de mistério desde pequena, para quem gosta de perguntar-se para além do simplesmente aparente, estes factos despertam a nossa inquietação. Pelo menos a mim sim me despertam curiosidade.

Reparemos:

O grupo Sargadelos que, para além de ter sido uma das empresas mais saneadas da Galiza, empregava uma boa parte dos seus ganhos em desvendar a memória dos vencidos na Guerra Incivil que ganhou o fascismo em Espanha, foi-lhe arrebatada ao seu fundador Isaac Diaz Pardo. Calou-se a voz dos oprimidos, morreu a esperança de restaurar a sua dignidade. Voltam-se, de novo, invisíveis os que alastraram a vergonha de terem ideais e por isso foram culpados.

Fecha A nossa Terra: O único semanário inteiramente em Galego, que tanto trabalhinho deu para ser restabelecido, que consumiu esforços sem conto de gentes desinteressadas para trazê-lo à atualidade desde a noite dos tempos da ditadura, fecha. Ao que parece por causa de uma má administração que conduz a impressa à falência.

Fecha Vieiros, ainda que possam encontrar uma edição menor na internet, (open.vieiros) já não é uma empresa dando benefícios. Pelo que tenho ouvido também um erro de administração...

A TV, CNN+ é comprada pelo grupo de Berlusconi, uma pessoa que é capaz de fazer leis ao seu gosto e medida, que consegue safar da justiça, não por ser moral mas por saber encontrar ou fabricar os buraquinhos legais entre os que escoar. Cala a voz de Iñaqui Gabilondo e é substituída por um contínuo desse cultivo da incultura em que se vão convertendo tantas televisões: Telelixo. Neste caso pelo nojento Grande Hermano que dá gosto aos strippers mentais e pobres de espírito cultivados entre imundície televisiva fácil para ser engolida.

“Que mundo tão parvo que para ser escravo é preciso estudar!”

“Parva que eu sou!” E mesmo o serei? E não vejo uma fotografia de Rajoy num barco de um mafioso traficante de drogas e não se passa nada? E não vejo ninguém da trama Gurtel no banco dos réus, exceto o juiz que os pretendia julgar? E não vemos serem acusados os implicados como Crespo, único responsável da Special Events, empresa que organizava todos os atos do PP e que partilhou staff político com Feijoo durante o último mandato de Fraga. Feijoo também está implicado neste caso de corrução, mas ninguém o vê ou não quer vê-lo.

Ardem 500 hectares em Ourense por desídia da administração da Junta da Galiza, e não o vemos?

Parva que eu sou! Para aqueles que pertencem a “uma geração sem remuneração”é obsceno contemplar como se vai fechando o muro da diversidade e do intercâmbio de opiniões que poderia gerar novas oportunidades de vida. Como o mundo da liberdade de expressão vai sendo esganado entre as gaçoupas do capital.

E será isto tudo uma casualidade? E vai ser, apenas, uma coincidência no tempo e no espaço que fechem os meios de livre expressão ou destituam diretores de jornais atrevidos por publicar uma fotografia comprometida do Rajoy? É tudo por causa de má administração ou há algo mais que empurra esta onda de destruição do pensamento livre e alternativo?

Para manter a livre circulação das ideias que é garante da democracia (mesmo esta “tão parva”), bastará, apenas, com os novos meios como as redes geradas na internet? Continuaremos a ignorar que o colaborador mas importante de WIki Leaks Bradley Manning, está a ser torturado preso, condenado a 52 anos?

Continuaremos a não ver, seguindo a política da avestruz, até que o mundo se caia acima nossa? Ou daremos reagido a tempo?

Transcrevo aqui a letra da canção da cantora Deolinda que parece ser o hino da juventude portuguesa. Se não o é deveria sê-lo... Da portuguesa da Galega ou da Espanhola por que penso é preciso reagir. “Que esta situação dura tempo demais”

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Adela Figueroa Adela Figueroa Panisse, naceu en Lugo, e viviu en Pontevedra, onde desenvolveu a maior parte do seu labor profisional. De estudante participa como vogal da Asociación Cultural O Galo( Santiago de Compostela) e mais adiante como profesora de Instituto ( é catedrática de Bioloxia e Xeoloxia) nos Movimentos de Renovación Pedagógica desde o seu inicio.Participou no 1º congreso de Movimentos de Renovación Pedagáxica de Barcelona representando á AS-PGP ás Xornadas do Ensino e a Revista O Ensino.Como representante desta última participou no Encontro da Unificaçao Ortográfica (Rio de Janeiro )convidada pola Academía de Ciências e Letras do Brasil. Foi cofundadora da ASPG, e da Revista do Ensino, da que foi Directora.Tamén participou na fundación de ADEGA. Foi colaboradora científica do Semanario A Nosa Terra durante os primeiros anos da sua andaina. Foi membro da ISSOL (Asociación internacional para a investigación da orixe da vida)e da Asociacion Española de Biotecnologia.Traballou na Universidade do Minho e no Instituto da Educaçao.Foi colaboradora do Colexio Oficial de Biólogos de Galiza e da Asociación de Ensinantes en Ciencias de Galiza( ENCIGA). Ten traballado para UNICEF no departamento de Educación para o Desenvolvimento. O Medio Ambiente e o ensino centran o seu traballo, participando activamente na normalización lingüística e cultural de Galiza,asi como o devir cultural de aquén e alem Minho. É master en Educación Ambiental pola UNED-Fundación Universidad Empresa Participou activamente na Plataforma Nunca Máis de Lugo e en ADEGA.Foi Presidenta de ADEGA entre o 2005 e 2010. Continua a traballar nesta organización como vogal . Ten publicado dous libros de poesia : “Vento de Amor ao Mar” 2005 , e “Xanela Aberta” 2008 na Editorial O Castro. Colabora coa Revista de Poesia do Concello de Lugo Xistral .