Poda que da força dos teus olhos, sempre axexando todo com o teu aquele de curiosidade própria da juventude que, se calhar, nunca te tivesse abandonado.
Ficam em Galiza ,para sempre, um Museu de Arte Moderno e as formosas Formas do Laboratório de Galiza que crias-te com o teu admirado Luis Seoane a quem sempre rende -ches tributo de respeito na estética e na ética.
Ficam na nossa memória mil atividades e manifestações culturais num amplo abano que vai desde a ciência do Laboratório Xeolóxico de Laxe que protegeste do abandono ou a destruição. Por respeito ao ilustre Isidro Parga Pondal. Até a mais pura expressão da arte e da criatividade, na pintura, literatura ou na escultura.
Tu construís-te uma Galiza que governantes profissionais nom souberam ou nom quiseram fazer. Diversa, autêntica, com respeito para as pequenas diferenças que uns e outras/os tivemos na interpretação da nossa galeguidade. Separando o importante do intranscendente e unindo, ávido, qualquer manifestação que ajudasse a construção da identidade galega. Varrendo sempre para casa. Para o Lar comum.
Temos vivido junto a ti muitas “aventuras”: Com Valentim Paz Andrade, Mimina e Pilar a deixar testemunha em Portugal da sua origem Galega pondo Placas comemorativas em Guimarães, Viana do Castelo e outras vilas. Temos usufruído as instalações do Castro para múltiplas atividades culturais como Jornadas do Ensino Conferências, colóquios, ou assistido a eventos internacionais como a Jornadas de Geologia durante vários anos. Temos assistido contigo à homenagens comprometidos como o dos mártires de Monte Cubeiro dando apoio a Sarille no seu justo empenho de lembrar a aqueles infelizes assassinados pelos falangistas ao pé da sua igreja .
Temos acompanhado á homenagem a Camilo Diaz Balinho e Sixto Aguirre deitados nas bermas baixas da curva de Ludeiro , mas também temos admirado a tua integridade e honestidade intelectual a prova de vaidades . Ainda te lembro no Aeroporto de Santiago aguardando os restos de Castelão, mas do lado de fora do valado, partilhando com o povo a sua indignação pola farsa que o estamento oficial estava a fazer, utilizando ao Ilustre Vulto da Cultura Galega em seu proveito político, ainda que as autoridades che tinham pedido que entrasses na pista . Ti respostaches que o teu lugar estava có povo , como sempre tinha sido.
Por isso é que o povo da Galiza nunca te abandonou. Nom sei se ti chegaches a sentir o carinho, afeto e admiração que as galegas e os galegos te professamos. Nomeadamente intentando compensarche do episodio malfadado e injusto acontecido com as Empresas que ti criaches : Cerâmicas de Sargadelos e o Castro.
Mália os avatares da economia a tua obra sempre ficará conosco. Como obra comprometida com a Galiza que nunca poderá agradecer bastante a obra de gigante que por ela tens feito.
Ficam como monumento imortal a memória histórica que rescataches para nós dando voz a aqueles que lhes fora tirada na barbárie fascista nascida da Guerra Civil do 1936. Ficam as diferentes coleções literárias da Editorial do Castro criando um corpus de conhecimento e uma estética galega suporte da nossa dignidade como povo.
Galiza foi afortunada por ter tido a Isaac Diaz Pardo como filho.
Castelão seguro que che espera na sua Alba de Gloria para percorrerdes juntos o Caminho das Estrelas.
Querido Isaac , Muito obrigada.