Querido Isaac

Querido Isaac, Ficaram muitas cousas ainda por fazer. Muitas por sabermos e muitas por che dizer. Sempre acontece. Cuidamos que o tempo de que dispomos e infinito, mas nom é assim. E sempre nos surpreende com o seu devalar autônomo e independente. Independente coma ti, Isaac. Livre e autônomo por méritos próprios. Sempre tive forte interesse em saber de onde é que tiravas a energia que te movimentava. De onde é que vinha a força que che fazia criar obras de arte na pintura ou construir um Império da Cultura Independiente de políticos e de políticas.

Por Adela Figueroa | Compostela | 06/01/2012

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 Poda que da força dos teus olhos, sempre axexando todo com o teu aquele de curiosidade própria da juventude que, se calhar, nunca te tivesse abandonado.

 Ficam em Galiza ,para sempre, um Museu de Arte Moderno e as formosas Formas do Laboratório de Galiza que crias-te com o teu admirado Luis Seoane a quem sempre rende -ches tributo de respeito na estética e na ética. 

Ficam na nossa memória mil atividades e manifestações culturais num amplo abano que vai desde a ciência do Laboratório Xeolóxico de Laxe que protegeste do abandono ou a destruição. Por respeito ao ilustre Isidro Parga Pondal. Até a mais pura expressão da arte e da criatividade, na pintura, literatura ou na escultura. 
 
Tu construís-te uma Galiza que governantes profissionais  nom souberam ou nom quiseram fazer. Diversa, autêntica, com respeito para as pequenas diferenças que uns e outras/os tivemos na interpretação da nossa galeguidade. Separando o importante do intranscendente e unindo, ávido, qualquer manifestação que ajudasse a construção da identidade galega. Varrendo sempre para casa. Para o Lar comum. 
 
Temos vivido junto a ti muitas “aventuras”: Com Valentim Paz Andrade, Mimina e Pilar a deixar testemunha em Portugal da sua origem Galega pondo Placas comemorativas em Guimarães, Viana do Castelo e outras vilas. Temos usufruído as instalações do Castro para múltiplas atividades culturais como Jornadas do Ensino Conferências, colóquios, ou assistido a eventos internacionais como a Jornadas de Geologia durante vários anos. Temos assistido contigo à homenagens comprometidos como o dos mártires de Monte Cubeiro dando apoio a Sarille no seu justo empenho de lembrar a aqueles infelizes assassinados pelos falangistas  ao pé da sua igreja .
 
 Temos acompanhado á homenagem a Camilo Diaz Balinho e  Sixto Aguirre deitados nas bermas baixas da curva de Ludeiro , mas também temos admirado a tua integridade e honestidade intelectual a prova de vaidades . Ainda te lembro no Aeroporto de Santiago aguardando os restos de Castelão, mas do lado de fora do valado, partilhando com o povo a sua indignação pola farsa que o estamento oficial estava a fazer, utilizando ao Ilustre Vulto da Cultura Galega em seu proveito político, ainda que as autoridades che tinham pedido que entrasses na pista . Ti respostaches que o teu lugar estava có povo , como sempre tinha sido. 
 
Por isso é que o povo da Galiza nunca te abandonou. Nom sei se ti chegaches a sentir o carinho, afeto e admiração que as galegas e os galegos te professamos. Nomeadamente intentando compensarche do episodio malfadado e injusto acontecido com as Empresas que ti criaches : Cerâmicas de Sargadelos e o Castro. 
 
Mália os avatares da economia a tua obra sempre ficará conosco. Como obra comprometida com a Galiza que nunca poderá agradecer bastante a obra de gigante que por ela tens feito.
 
Ficam como monumento imortal a memória histórica que rescataches para nós dando voz a aqueles que lhes fora tirada na barbárie fascista nascida da Guerra Civil do 1936. Ficam as diferentes coleções literárias da Editorial do Castro criando um corpus de conhecimento e uma estética galega suporte da nossa dignidade como povo.
 
Galiza foi afortunada por ter tido a Isaac Diaz Pardo como filho. 
Castelão seguro que che espera na sua Alba de Gloria para percorrerdes juntos o Caminho das Estrelas.
Querido Isaac , Muito obrigada.

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Adela Figueroa Adela Figueroa Panisse, naceu en Lugo, e viviu en Pontevedra, onde desenvolveu a maior parte do seu labor profisional. De estudante participa como vogal da Asociación Cultural O Galo( Santiago de Compostela) e mais adiante como profesora de Instituto ( é catedrática de Bioloxia e Xeoloxia) nos Movimentos de Renovación Pedagógica desde o seu inicio.Participou no 1º congreso de Movimentos de Renovación Pedagáxica de Barcelona representando á AS-PGP ás Xornadas do Ensino e a Revista O Ensino.Como representante desta última participou no Encontro da Unificaçao Ortográfica (Rio de Janeiro )convidada pola Academía de Ciências e Letras do Brasil. Foi cofundadora da ASPG, e da Revista do Ensino, da que foi Directora.Tamén participou na fundación de ADEGA. Foi colaboradora científica do Semanario A Nosa Terra durante os primeiros anos da sua andaina. Foi membro da ISSOL (Asociación internacional para a investigación da orixe da vida)e da Asociacion Española de Biotecnologia.Traballou na Universidade do Minho e no Instituto da Educaçao.Foi colaboradora do Colexio Oficial de Biólogos de Galiza e da Asociación de Ensinantes en Ciencias de Galiza( ENCIGA). Ten traballado para UNICEF no departamento de Educación para o Desenvolvimento. O Medio Ambiente e o ensino centran o seu traballo, participando activamente na normalización lingüística e cultural de Galiza,asi como o devir cultural de aquén e alem Minho. É master en Educación Ambiental pola UNED-Fundación Universidad Empresa Participou activamente na Plataforma Nunca Máis de Lugo e en ADEGA.Foi Presidenta de ADEGA entre o 2005 e 2010. Continua a traballar nesta organización como vogal . Ten publicado dous libros de poesia : “Vento de Amor ao Mar” 2005 , e “Xanela Aberta” 2008 na Editorial O Castro. Colabora coa Revista de Poesia do Concello de Lugo Xistral .